sem ressalvas



eu não sabia que meu cabelo era agreste
e que refletiríamos em nossas íris
um ao outro – sobre o carpete –
e as cores dos crepúsculos
e das auroras...


nem sabia que poderia ter por horas
essa dança de águas nos olhos,
e esse sorriso na memória dos músculos
que me douraram a pele em nossa trança
de salivas e de silêncios...


e que me tornaria
ao mesmo tempo leve e densa,
com você profundamente dentro,
[em presença e ausência]
inteiro, unânime e múltiplo.






* Publicado no Balaio Porreta 1986 nº 2558

28 comentários:

Adriana Riess Karnal disse...

o sorriso na memória dos músculos...é minha frase facorita, vai até o osso.Um poema ulterior.
anndixson.blogspot.com

Moacy Cirne disse...

O poema-resposta como poema-diálogo: dois poemas que se completam, o seu e o do Marcelo Novaes, com suas diferenças formais, no mesmo espaço literário e amoroso. Os dois estão de parabéns.

Um beijo.

Cosmunicando disse...

que lindo!!
tem um coração que vai bater mais forte =))

Anônimo disse...

Deixei um mimo procê no meu blog, pega lá, viu?!
Bitokitas de admiradora!

Marcelo Novaes disse...

Dri,


Bonito colocar sua resposta-poema ao meu poema.



Beijão, querida.





Marcelo.

Moacy Cirne disse...

Oi, Menina,
acredito que você vai gostar do Balaio de hoje.

Um beijo.

Anônimo disse...

adrianna:
sua dupla com o marcelo vai muito
bem.e o moacy já abençoou no balaio.
ave!
romério

Unknown disse...

Ah!!! Todo mundo quer assim esses presentes que poucas pessoas entendem, hehe.. mas dito na importância da conexão pessoal/intelectual...
Belo diálogo!

Bjs e intertextualizadas invenções!

Anônimo disse...

belíssimo diálogo.


Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

Sabrina Nóbrega disse...

doce incêndio, pintado a dois.

Josely Bittencourt disse...

nossa, como é bom ler e reler, ir ao do Marcelo Novais e retornar ao seu...belos.



Adrianna, beijoca!

Flávia Muniz Cirilo disse...

hum! sorriso da memória dos músculos!
lindo!Gosto do que escreve!bj

Eleonora Marino Duarte disse...

antes,

obrigada por estar lá, comigo, obrigada!

o poema,

um diálogo muito bem desenvolvido.

sua assinatura feminina acrescentou em forma e intensidade, parabéns!

um beijo!

Lou Vilela disse...

Dois poemas - o seu e o do Marcelo - num sensual e belo tango!

Abraços, Dri.
Lou

nina rizzi disse...

lindos :) vc, marcelo e seu cabelo :)

Adrianna Coelho disse...


é, adriana

os músculos que exercitam
a memória do corpo... rs

Adrianna Coelho disse...


eu vou agradecer de novo pelo balaio, moa! :)

xeros!

Adrianna Coelho disse...


será, mê? :)

Adrianna Coelho disse...


obrigada, elza! :)

vou lá...

besos

Adrianna Coelho disse...


marcelo,

antes de ser resposta-"poema"
é sentimento.

te amo!

beijos

Adrianna Coelho disse...


romério,

e se o moa abençoou, fico feliz! :)

beijos

Adrianna Coelho disse...


alex, vc é um barato! rsrsrs

beijos, querido

Adrianna Coelho disse...


obrigada, miguel.

abraços!

Adrianna Coelho disse...


doce incêndio... :)

valeu, sabrina.

Adrianna Coelho disse...


tbm adoro reler e relembrar.. :)

beijoca, jo

Adrianna Coelho disse...


flavinha,

um sorriso pra vc tbm :)

beijos!

Maykson Cardoso disse...

Eu gosto quando as águas dançam nos olhos e trança de salivas... Lindo poema, Pav!

Hercília Fernandes disse...

Pavitra,

com ou "sem ressalvas"... o seu poema é belíssimo. Algo que se constrói quando se sente cada palavra, cor, gesto e, também, silêncios e pausas.

Em todas as linhas do texto destacam-se a intensidade dos sentimentos e a entrega [sem reservas e/ou ressalvas] do eu-poético.

Excelente diálogo. Parabéns!

H.F.

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