mergulho em abismos
de propriedades gravitacionais incoerentes
mergulho voluntariamente sem saber
nadar ou voar sem subir ou descer
com equilíbrio involuntário
e quase inexistente
nessa perspectiva desarranjada
da minha cabeça tronco e membros
penso se ainda há a remota possibilidade
de alguma organização física no meu corpo
anestesiado por outros corpos inorgânicos
que derretem em minha língua projetando
crepúsculos de inexplicáveis cores opostas
demências e cubos antígenos
prismas e polvos e centopéias e labirintos
objetos em combinações ilógicas e inesperadas
para minha percepção sensivelmente transmutada
e oblíqua por ter engolido às pressas
com uma dose de whisky um anti-histamínico
e lovecraft às seis horas da manhã
28 comentários:
ah... vinha escorregando pelas palavras, avassaladoras, feito uma ladeira sem breque... pensando: onde vai dar esse abismo Pavitriano? Anti histamínico com whisky foi o anti-clímax perfeito! rsrs
Já dei um vexame horroroso com anti histamínico... kkkkkk
Beijos e obrigada pelo quase-despenhadeiro ;-))
Gostei da descrição dos delírios.... Beijos Pav!
demorado pessoal e intransferível desmoronamento
às seis da manhã é quando tudo morre
não há mais restos sobre a pia
apenas um imenso branco
manchado
Lindo como sempre, como todos os seus poemas.
Acho super interessante o seu modo de fazer poesia. Me lembra Renato Russo às vezes, sobretudo em suas últimas letras. Tudo profundo, tão intenso e existencial.
Adoro esse tipo de poesia pós moderna.
Parabéns, seu trabalho cada dia se torna mais especial.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
Me senti num trem bala sem freio e sem rumo....preciso do Whisky com urgência.
Beijos!!!
bela condução por sensações.
Um pouco mais de pele
alguns milhões de olhos
nos meus olhos
calendários novos
sobre a face
(interceptaria o cortejo
se num relance pudesse
abandonar meu posto,
mas quando liberto,
já era eu
um fóssil
inconsolável)
bela finalização!
beijos
especialmente pavítrico...
ao invés di whisky e anti histamínico, te leio...rs
dá o maior barato.rs
ah, já disse que te adoro?
Creio fazer parte das palavras trocadas, sem nexo, sem nada. E me comunico com o execesso de cores, tormentos e amores. É desse sentimento que tanto falo, essa mania insensata de dizer que tanto amo sem sequer abrir a boca.
Vai entender...
Beijoo no seu coração
::mergulho::
isso me fez lembrar da viagem
de Eugênio de Andrade sobre
a dignidade do poeta, que
mergulha nos confins da alma
afim de revelar o que encontrou
no caminho das galerias
insones ..
nessa perspectiva desarranjada
da minha cabeça tronco e membros
"penso se ainda há a remota possibilidade
de alguma organização física no meu corpo"
Muito bem, moça! Adorei.
Espasmos da madrugada constumam gerar versos assim...
Olha, o Café Comverso Ed 05 está esperando um poema seu...
Parabéns pelo poema.
abç
Lualves
voltei porque é dia 28!
Pav, eu tô por aqui ;-))
Um dia a gente se abraça pessoalmente, por hoje eu quero te dar o melhor abraço virtual que puder... e um super carinho de aniversário, querida amiga!
Não vou te desejar felicidade... porque você a busca, a faz, a cultiva, a alimenta todos os dias.
Vou te desejar força, pra que nos possíveis momentos de dúvida você se lembre da luz que é.
Grande beijo!
Cara Pavitra, a sua poesia é do melhor que tenho lido nos blogues. Parabéns.
Com tanta qualidade, por certo que já publicou algum livro, muito embora não tivesse visto qualquer referência a esse facto no seu blogue.
Beijinhos.
Anti histamínico com whisky foi o anti-clímax perfeito! rsrs
mas a leitura do lovecraft (a qq hora do dia) é clímax!
e a loucura é garantida... rs
obrigada, gi... se bem que tento ser normal (pelo menos um pouquinho)
lembra Renato Russo às vezes, sobretudo em suas últimas letras.
átila, é a segunda vez que vc diz isso
e é a segunda vez que fico intrigada:
russo, tem certeza?
anyway, acato o elogio... rs
obrigada!
beijos
preciso do Whisky com urgência.
tô vendo que vc é chegada à uma lisergia (digo, alergia) rsrs
léo,
o mérito é da fórmula... rsrs
"Um pouco mais de pele
alguns milhões de olhos
nos meus olhos
calendários novos
sobre a face"
num relance
minha face amolada
por caledoscópicos
olhares
e a pele reclama o posto
do toque... a pele cobra
a antífrase do que é inconsolável
contato...
minha face amolada
na língua antígena...
menta,
na verdade eu fiquei doidona mesmo... a finalização?
nem lembro... e talvez seja oportuno o esquecimento... rsrs
nana,
já disse que te adoro tbm? rs
beijos
É desse sentimento que tanto falo, essa mania insensata de dizer que tanto amo sem sequer abrir a boca.
Vai entender...
poly,
eu quero desentender tudo... quero ouvir essa palavra que vc escreve e não dita... tbm tenho essa mania!
beijos
Argh Russo!
Lindo demais, Pavitra!
Viu? Abriu.
e mergulhamos mesmo, não é, petru?
às vezes encontramos beleza, outras, lucidez, e na maior parte, no meu caso, loucuras... rs
beijos
poxa, obrigada, lualves!
estou sempre de olho no café comverso.
beijos!
oi, nilson.
não, eu nunca publiquei um livro, mas pode ser que um dia... rs
beijinhos
sergio, não é muito doido? ahahahaa
por iss eu não posso beber... entendeu agora?
p.s. sabia que ia abrir! rs
beijos
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