às vezes vento



e por falar em nuvens
não me conserve
em imprecisas palavras
em tintas sobre o papel
porque o que você vê
é apenas uma parte de mim
ou de um quebra-cabeça
das horas em que me distraio
na lucidez ou na loucura
do meu sorriso que perdeu
a eletrônica amarela de um 3x4
e sou demais para uma página
para um tela ou um retrato
não sou imagem nem miragem
sou de verdade

[uma verdade
que sopra nuvens]



10 comentários:

Moacy Cirne disse...

E por falar em poesia, suas palavras são mais do que nuvens, são mais do que miragens: são linguagens. Cabe a nós amar e/ou decifrar suas imagens. E suas ventanias. Um beijo.

Anônimo disse...

...e molha meu pensamento quando seco...

pat werner disse...

mergulho no amarelo
da velha polaroid
e sigo suspensa
num puzzle
de nuvem

p.s. uma xilogravura pra vc!

Mariana Botelho disse...

você é a densidade da nuvem, a intensidade de um furacão e a profundidade de um poço sem fundo!!!

beijos!

Igor Machado disse...

Se me é à altura, te digo que me toca num íntimo sentido.

continuo

Átila Siqueira. disse...

Gracioso o seu poema. Tu és realmente alguém que não pode caber em apenas uma imagem. Adorei esse poema, parabéns.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Maykson Cardoso disse...

é por isso que desde pequeno, quando olho pro céu, as núvens se movimentam lentamente? É teu sopro, menina? Desde sempre? ^^

omnia in uno disse...

às vezes rio
banho de prata
de lua - não fotografa
pra não perder
a pose

Marcelo Novaes disse...

Claro, claro... Não nos confundiremos. Não cabe em três por quatro.




Beijos,




Marcelo.

Adrianna Coelho disse...

ah, pat

vc trouxe a polaroid!
sempre desconfiei que alguém fotografava as nuvens que eu desvendava... rsrs

obrigada pela xilogravura

beijos :)

Postar um comentário