a lâmina



o abstrato impossível
constantemente renovado
diante dos meus olhos
por onde as águas
correm junto ao meio
fio da lâmina
das palavras
que penetram
afiadas e iluminam
os vermelhos versos
contidos no meu corpo



12 comentários:

Cosmunicando disse...

sempre afiadas as palavras, cortando o limite das impossibilidades e da previsibilidade... isso é a tua poesia Pav.
os versos vermelhos nos avivam e avisam de que não passaremos impunemente por aqui... graças aos deuses =))

Mariana Botelho disse...

palavras são como facas que nos servem ou nos cortam, conforme as pegamos: pelo cabo ou pela lâmina.


alguém disse isso, e eu não me lembro quem. mas é isso.

isso tá lindo, pav.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

laminas afiadas, por vezes são assim, as palavras...

poema interessante...

Átila Siqueira. disse...

Puxa, como as palavras e as lâminas podem ser parecidas. Eu talvez nunca tinha pensado assim, até agora. Adorei o poema Pavitra, parabéns.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Anônimo disse...

sempre a cortar com algum universo pessoal, sempre a rasgar os sentidos.
Este poema veio meio comunista, meio onda rebeldia, meio na lâmina meio no açucar da vida. Nos meios se espera a virtude (e não me parece que isso importe, ou te importe) mas é no meio que os versos ficam a boiar, a martelar e depois se sangrar, procura o remédio no meio de ti. LOL Eu a brincar com o teu poema.
Buenos dias oh poetisa

Anônimo disse...

Oh princesa das palavras, oh rainha dos sentimentos, oh duquesa da poesia e marquesa da prosa!
Querida Pav, desculpa lá os monarquismos, mas estou algo mal disposto e não me apetece levar a tua poesia a sério, aliás não me apetece levar nada a sério, nem a mim próprio.
Porque se estivesse bem disposto, provavelmente diria que a tua poesia me encanta. E que me irrita, também, por pura inveja. Por não ser capaz de pintar os retratos poéticos que tu pintas como poucos, onde as entrelinhas são as linhas, onde a realidade é o espelho da metáfora, tudo dos pés para a cabeça. Como deve ser.
Bjs

Carleto Gaspar 1797 disse...

então
chamar o
forasteiro que
dorme na
cocheira e

à vista de todos

conforme o
movimento das
ruas for arrefecendo

Moacy Cirne disse...

Através de um comentário seu na Mariana, se não estou enganado, aqui cheguei. Cheguei e parei. Parei e pensei: "Taí, que poesia danada de boa!" Mais dia, menos dia, vai pro Balaio. Com os devidos créditos, naturalmente. Um abraço.

Anônimo disse...

da água ao sangue
do corte à sutura
da lâmina ao afago

generosidade da palavra
nos celeiros subcutâneos
do poeta

Moacy Cirne disse...

Há uma Enchente no Balaio...

Késia Maximiano disse...

Q lindo poema...

Amei!

Bjos

Marcelo Novaes disse...

Dri,



Tentar captar o abstrato impossível é percorrer um fio laminado. Nas palavras, pelas palavras, ou fora delas.



Beijos,




Marcelo.

Postar um comentário