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PEQUENO ESCLARECIMENTO

Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.


Mario Quintana




Poetas
não são laranjas nem nada!
[Palavras navegando em Mar
del Plata]

Desmecanizados, nos quantificamos

[qualificados] e escrevemos seguindo
a rota da poesia [e dos
silêncios].

Temos essa cosa

mucho loka
[dorada cosa]
que envolve a química
da sílaba beijando a língua
[da língua remoendo a boca]
dos dedos esfregando letras
dos ouvidos colorindo
mil tons [em mil sinos].

E de segunda a segundas intenções

dançamos ao som da nona
ou da quinta
ou de qualquer outra sinfonia
uníssonos

[como as feiras dos sábados e

domingos]

e nos disse QUINTANA

que nem somos azuis.




Adrianna Coelho e Marcelo Novaes

16 comentários:

WELLINGTON GUIMARÃES disse...

LI O POEMA E NÃO VI PARTE PIOR QUE A OUTRA. ENTENDE?
ACHEI BOM TODO. QUANDO TERMINEI DE LER VI ESCRITO: MARCELO NOVAES E ADRIANA COELHO. RELI, NÃO VI DIFERENÇA.
ESTAR A ALTURA DO NOVAES NÃO É POUCO. NÃO MESMO.

Cristina Caetano disse...

Não são azuis, mas têm cores perfeitas. :) Lindo isso que você escreveu.

Beijinhos

Sabrina Nóbrega disse...

linda parceria
: há mil tons quando o sol se deita, azul, laranja, dourado, vermelho, rosa... e todo o dia o mesmo hiato-silêncio da noite chegando com sua roupa de veludo noir.

Bruna Mitrano disse...

E que parceria!

Mme. S. disse...

Lindo, moça! Só um segredinho: sempre preferi olhar a cor do infinito que o emaranhando do arco-íris. será que isso é silêncio?

Adriana Riess Karnal disse...

Tom sobre tom vais descrevendo o poeta, aquele que vÊ no silêncio a vida acontecer.Quintana tece bem os nós que a poesia pode dar.Adorei!

Once Upon A Time Productions disse...

Muito giro o teu blog! :)

Se puderes passa no nosso e dá-nos a tua opinião! :)

Beijinho

Moacy Cirne disse...

Adrianna Menina,

a dupla postagem (depois de uma postagem inicial, de forma anônima) - e mais ainda: a dupla autoria, mesmo levando em conta a sua ideia como propulsora do poema - nos faz crer que este é um momento-chave ha história de seu blogue.

Um beijo.

Beatriz disse...

Adrianna, estava aqui ralhando com barulhos, vozes altas e pensando o quanto preciso cada vez mais de silêncio.
silêncio no olho, dentro da cabeça, sob a pele.

Não sei se sou poeta. Mas, o acaso(?) Será que há? Fez bem agora...

Gsotei do postado a quatro mãos

abraços

Adrian Dorado disse...

Salud poetas. Ambos.
El poema redondeó sin fisuras imposible decir quien a qué.
Agradezco la mención y el enlace, es un honor.
Adrianna contesté a tu invitación en mi blog desde donde, también se vuelve aquí.
Besos para una y Abraços para el otro...O Bis e Versa

Sergio disse...

Eita ferro! Dizem que nascer é bom, né? Não sei pq não lembro. Mas renascer é bem melhor.

Paulo Henrique Motta disse...

adoro isso!!!

bjs

** gostei da cara nova do blog.

EDantas disse...

Obrigada Adriana,por participar do blog Saúde Preventiva em Harmonia. Seja bem-vinda!
Gostei muito do seu blog.
Beijo!





Enilda Dantas.

líria porto disse...

maravilha, meninos - maravilha!!
destaco:

"Temos essa cosa
mucho loka
[dorada cosa]
que envolve a química
da sílaba beijando a língua
[da língua remoendo a boca]
dos dedos esfregando letras
dos ouvidos colorindo
mil tons [em mil sinos]."

besos

Paulo D'Auria disse...

São os poetas transparentes,
transparentes como o silêncio?

Como o silêncio?
Beijo, respiro, bebo, como o silêncio?

Fingidores que são,
podem ser ao mesmo tempo transparentes esses poetas?

Fingidor-eu? Fingidor-Pessoa? Fingidor-Quintana? Fingidor-você?

Transparências ocultas nos meios-tons dos entardeceres:
Por trás de todo rosto refletindo a luz morna da tarde,
Um poeta.

Laranja,
Azul,
Vermelho,
Amarelo.
Um transparente poeta fingindo em silêncio.

Alê Quites disse...

e, belo!

BeijOS

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