miragem



não sei se sou voo
ou vertigem


asa estrangeira sobre teus versos
avisto o mar imanente
e mergulho


esbarro no último ponto
de tuas reticências
e nem sei se te encontro



17 comentários:

Eleonora Marino Duarte disse...

adriana,

de tempo em tempo você nos brinda com imagens delicadas e inspiradas em sua sensível observação das emoções. sou fã dos versos que você recita com a alma dos que muito amam e nunca estão detidos pelas portas ou janelas do outro.

encontrando-o ou não, a poesia vence quando você escreve.

um beijo, querida

Marcelo Novaes disse...

Dri,



Reticências criam essa indistinção: voo se prolonga em mergulho ou vice-versa, sem ponto final. Isso causa vertigem.





Beijo.

João A. Quadrado disse...

[do mar, não se pode dizer que seja uma composição simples; abrupta e incompleta criação, estado de asa em multidão de gotas discretas e unas, dentro da asa, dentro da casa do pássaro, dentro do nada da palavra alada]

um imenso abraço, Adrianna

Leonardo B.

Diana Góes disse...

Reticências são o mar em que mergulhamos para entender o que quer que seja... e nos perdemos em tão poucos pontos...

Marcello Lopes disse...

Essas reticências sempre atrapalhando...rs
Beijos.

maybe disse...

I'm appreciate your writing style.Please keep on working hard.^^

Paulo Tamburro disse...

NÃO CONHECIA O SEU BLOG.

ACHEI REALMENTE, MUITO INTERESSANTE E TENHA A CERTEZA DE QUE VOLTAREI SEMPRE AQUI.

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UM ABRAÇÃO CARIOCA!

Anônimo disse...

ADOREI o blog!
passarei mais vezes!

Nirton Venancio disse...

se avista o mar é voo, se esbarra no porto, é vertigem. Ou seria o contrário?

LetysKiss disse...

Sempre passo aqui e não comento.
Parabéns!

Mme. S. disse...

... sem vertigem, não tem voo...
uma belezura minha cara!


(seu comentário mais recente lá no bicho me comoveu profundamente, viu? obrigada)

beijos, S.

Nathi disse...

"esbarro no último ponto
de tuas reticências
e nem sei se te encontro"


Pois encotrar é transformar o incerto deuma reticência em ponto fina, para fazer-se assim um recomeço. Quem sabe, venha depois um travessão prevenindo um pedido:
"mostre-se inteiro"

Sylvia Araujo disse...

Ainda estou submersa.

Lindíssimo Adrianna!

Beijoca

Anônimo disse...

singelos os versos

http://inversoounem.blogspot.com/

Anônimo disse...

tem presente pro seu blog lá no Pia Fraus; passa lá para pegar o Selo...
até

Barbara disse...

Esbarre pois nas reticências, porque lá é que tá o mistério e o rumo ou a falta dele.
Mas é bom sim.
Voar é preciso

Anga Mazle disse...

Belíssimo, Adrianna!

Como você trabalha bem as imagens. A da última estrofe, então, é um primor.

Obrigada por me proporcionar a leitura destes versos agora, quando eu já ia dormir. Ainda que eu encontre sofrimento num poema (uma certa angústia e desalento, no caso) ele sempre me encanta, acalma e embala o sono se a forma for harmoniosa, confortável. Berço?

Bjs

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