renascença
sob a chuva meus olhos
revelam a luz nas cores
das horas lúcidas
reflexos de deuses estrondosos
em minhas memórias
livres de marquises
meus pés dissipam o asfalto
e a nostalgia ressurge
ríspida e imprevista
em incessantes fluxos
na paisagem úmida
improvisada
a vida vaza nas esquinas
de um cruzamento abstrato
constantemente renovado
pelas águas que correm
junto ao meio fio da lâmina
das minhas palavras
e de nossos atos
e nesse ar concreto
onde me encontro
tudo sufoca
tudo é ralo
há dramas contidos no meu corpo
derramado e exposto
na calçada
Publicado no Balaio Porreta 1986 nº 2802.
14 comentários:
Dri,
Quão mais estrondosos
[os deuses], melhor que
se dissipem.
[E mais urgente].
Beijos,
Marcelo.
tem um "quê' de ânsia, de angústia no poema...tua lâmina,tuas esquinas, tuas palavras cortadas...lindo demais!
Maravilhoso, Dri!
"A vida vaza nas esquinas". Que bom deve ser a expulsão de deuses da memória!
Será?
Como sempre lindo!
Beijos
Mirse
Adrianna,
Há que libertar-se dos fantasmas que nos afligem, tenham qual forma tiverem.
Lindo poema! Bjs.
Ianê
deambulou ao fim... e a poesia permaneceu...
Bonito poema, Adrianna!
Fazia algum tempo que não passava por aqui, né?
bjs
Fase de dor, né? Espero que melhore. Mesmo que os poemas piorem... ;)
sempre impecável!!
Gostei, Adriana.
Riqueza de imagens, sensações, vida vivida.
Beijo.
Renascença balaiográfica.
Hoje.
Um beijo.
adriana, querida!
que belo poema, quantas imagens e sugestões sensíveis aos sentidos... adoro poder "ver" o poema, adoro!
um beijo e um abraço apertado!
É incrível como um breve momento nos dá a clareza de vários outros que parecíamos ter esquecido.
Adorei. Beijinhos
Adriana, quero ser igual a ti "quando eu crescer". =D
Teu blog é lindo.
Abraços,
Lídia.
Adriana, quero ser igual a ti "quando eu crescer". =D
Teu blog é lindo.
Abraços,
Lídia.
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