poema têxtil

[Parceria com Mercedes Lorenzo, do blog Cosmunicando]


encolheu de repente
mesmo assim tento vesti-la
e passo primeiro a cabeça
pelo avesso de mim


depois da mente no ato
vou enfiando meus braços
então a palavra se esgarça
e eu ainda espremo
o que é preciso exprimir


do que já é coração
quando visto meu peito
fibra e urdidura

é apenas o começo

e nessa crescente alegria
de desmanchar a costura
nem poema caberia



19 comentários:

Moacy Cirne disse...

Adriana, minha cara: como se deu exatamente essa parceria? De qualqueer modo, o resultado é muito bom. sobretudo quando "a palavra se esgarça" com todas as suas consequências no campo da poesia.

Um beijo.

Cosmunicando disse...

dri, eu ainda tenho a tua gravação... pena que o Boomp3 não tá mais disponível, tive que retirar a barrinha porque não funcionava mais.
Mas o "chiadinho" tá aqui guardado... rsrs
beijos!

J.F. de Souza disse...

sempalavras...

=* nas 2 maravilhosas!

BAR DO BARDO disse...

com fuso
na tessitura/tecidura
que se amolda
e/ou se esgarça
ao desfibrilador...

imagens
que carecem de lentes
em arco-íris...

antes era uma
agora são duas loucas!

VANYA disse...

Adoro ler as duas em separado, juntas então...nem preciso dizer.
Beijoss nas minha duas meninas lindas!

Fabi disse...

Que delícia de poema...

Adorei!!!

Abraço

Fabiana

Yara Souza disse...

Bem tecido o texto têxtil, por duas que costuram muito bem as palavras... Esta arte de caber exatamente na gente.

Anônimo disse...

Como não hei-de acompanhar este blog? Potente!



Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

Lau Siqueira disse...

Mto bom!

Adrianna Coelho disse...


oi, moa!

a parceria existe há muito:
mercedes e eu somos grandes aamigas.

o poema têxtil aconteceu numa conversa
sobre as palavras que cabem com folga
e as que não nos cabem... rs

beijos, meu querido.

Adrianna Coelho disse...


mê,

esse chiadinho é um problema pra mim...
ainda bem que há quem goste. rsrsrs

beijos, parceira!

Adrianna Coelho disse...


beijos das duas, jeff

(será que a mê me autoriza?) rsrs

Adrianna Coelho disse...


"antes era uma
agora são duas loucas!"


henrique, vou tomar isso não como tarja preta, mas como elogio, tá? rs

beijos, 3,1415menta!

Adrianna Coelho disse...


oi, vanynha!

te amo, tá?

beijos

Adrianna Coelho disse...


oi, fabi!

legal ter vc por aqui tbm, sabe.

beijos

Adrianna Coelho disse...


ah, yara

mas às vezes a gente se descabe(la). rsrs

obrigada, linda.

beijos

Adrianna Coelho disse...


miguel,

assim eu fico mesmo orgulhosa, viu? :)

beijos

Adrianna Coelho disse...


obrigada, lau!

beijos

Marcelo Novaes disse...

Adrianna e "Mê" ( o dia que vc liberar seu nombrezito eu o pronuncio na íntegra...),


Achei esse um belo poema-exercício-manufatura de costura e vestimenta a quatro mãos. Começa-se com a luta com a palavra e pela adequação da palavra, e segue-se assim, com algumas boas resoluções poéticas.Já é bastante. Isso é exercício. Trabalhar a quatro mãos é mais difícil do que dialogar em poemas separados.


Beijos para ambas!






Marcelo.

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