muito prazer

tenho muitos dialetos e dias lentos
e nas desfronteiras de mim
há minas de ouro ou de bombas
– estou sempre por um fio
(cut the red line)
sou do tipo que diz não
e grita o sim
e nunca fui dada a tropeços:
caio de vez e com vontade
porque pode ser que eu aconteça
ou desapareça logo
quem sabe
sei que não tenho lógica
mas tenho esses dias lentos e esses dialetos
e você bem que podia me sacar de vez
e se atirar de cabeça
em mim e nos meus mistérios
e talvez você compreenda a minha língua
e compreender a língua
passa pelo reconhecimento do corpo
(a pele é uma fronteira que não separa línguas)
e antes que você desaconteça
e antes que eu desapareça
e antes que amanheça
vem me aprender logo
porque mesmo com meus dias lentos
dizem que noite adentro
o tempo voa

27 comentários:

Anônimo disse...

"tenho muitos dialetos e dias lentos
e nas desfronteiras de mim
há minas de ouro ou de bombas
– estou sempre por um fio
(cut the red line)
sou do tipo que diz não
e grita o sim
e nunca fui dada a tropeços:
caio de vez e com vontade
porque pode ser que eu aconteça
ou desapareça logo..."


Super!!
Muito obrigado,amo Poesias"@@"
bisous

Anônimo disse...

AMEI!!!! LINDO!!! Sensível e sensorial....
beijos com poesia!

Anônimo disse...

"(a pele é uma fronteira que não separa línguas)"


Que delicadeza, guria!!!
Aos poucos vou captando teus dialetos e, aproveitando-me de meus dias lentos, me inspiro também...
Beijo-te a face, lenta e delicadamente.
Cordialmente,
Estesia.

Anônimo disse...

"(a pele é uma fronteira que não separa línguas)
e antes que você desaconteça
e antes que eu desapareça
e antes que amanheça
vem me aprender logo
porque mesmo com meus dias lentos
dizem que noite adentro
o tempo voa"

Só dá vontade de dizer: venha! ;-))))))
"Ahhhh... Esses moços... Pobres moços..."

Viajei, pra variar, né? Mas, como não, sempre que leio você é assim, Pav.

Obrigada por mais esta viagem.
Bjs

Mariana Botelho disse...

Pra variar é lindo, minha amiga!
você com toda sua (ins)piração e sensibilidade é poeta grande!!

tu é linda!

Cosmunicando disse...

pqp!!

olha Pav, você sabe que eu sou um fiasco pra dar reply em poesia, sou mesmo... e isto aqui, bem... isto aqui é muita mixaria eu ficar dizendo que tá bem escrito, que tá lindo, que tá uma porrada na boca do estômago... pela simples razão de que tá tudo isso e muito, muito mais que tudo isso somado.
Esse poema tá pra mim na "categoria" (que eu mesma inventei rsrs) do Ponto Zero, ou seja, daqueles que pulam do papel e dançam sozinhos dando piruetas na minha frente.
Maravilhoso, já devidamente roubado e guardado.
Vá escrever assim lá no nirvana! rsrs
beijão

BeatriceMar disse...

muito bem construido.

escreves bem!

beijinho

Átila Siqueira. disse...

Oi Pavitra, adorei o poema, muito belo e bem feito, e parece expressar muito bem a inconstância da vida, a incerteza do amanhã, e a incerteza até mesmo do hoje.

Um grande abraço, e muito obrigado pelas visitas.

Átila Siqueira.

Adrianna Coelho disse...

oi, katia

eu que agradeço
a energia das suas palavras...

beijos

Adrianna Coelho disse...

oi, patrícia!!

ai, como gosto dessa carga explosiva: elogios TNT!

beijos com mais poesia
poesias para todos nós!

Adrianna Coelho disse...

aos poucos e sem pressa alguma
vamos nos decifrando
e um dia o mistério vai se revelar em toda plenitude...
(há um mistério dentro do mistério)

então vamos aproveitar nossos dias lentos
e a beleza de todos os dialetos (o de todos nós)

beijos, estesia!! :)

Adrianna Coelho disse...

"Viajei, pra variar, né?"

risos...
aqui é uma espécie de nave
nave me lembra ave com um n no bico...
talvez o n seja um raminho para algum ninho...
manoel diria que era um cisco...

viaje e lembre-se de olhar a paisagem...

beijos, lucia!

Adrianna Coelho disse...

nana, são seus olhos que me lêem assim... rs

beijos, poetamiga!

Adrianna Coelho disse...

"roubado e guardado."

padmaya,

vc gosta dos poemas explosivos
corpóreos, corporais, sensuais... rs
esse não foi escrito no nivana - lembrei daquela leitura que fiz pra vc - ahahahaa
mas é um poema de muito prazer...

e ainda tá guardado!!! que legal!!! rsrs
adoro quando vc faz isso...

beijos

Adrianna Coelho disse...

obrigada, beatrice!

beijinhos!

Adrianna Coelho disse...

oi, átila

vc fez uma leitura diferente, mas que tbm cabe nesse poema, claro...
gostei tbm dessa visão.

muitas vezes percebo mais de mim quando tenho outras interpretações, como essa sua...
legal!

beijos

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

olá

tente ler o seu poema no sentido inverso, ou seja de baixo para cima.

eu gostei de o ler das duas maneiras.

beij

Lualves disse...

(a pele é uma fronteira que não separa línguas)

Pavitra,

Em teu verso, faz-se verdadeiro e lindo! Fora dele, a realidade é avessa. Quem dera essa liberdade, de dentro do poema, pudesse invadir as ruas, as casas, e penetrar nos coraçoes endurecidos...e que as "peles" e suas cores nao segregassem sentimentos...

E assim...

Bjo.

Adrianna Coelho disse...

"tente ler o seu poema no sentido inverso, ou seja de baixo para cima."

piedade,

só consegui ler in versos... rsmas fiquei curiosa com a sua leitura inversa...
querendo pode trazer - imagino que vc tenha tirado ou acrescentado algumas palavras...

muito obrigada pelas 2 leituras :)

beijos


Adrianna Coelho disse...

"Quem dera essa liberdade, de dentro do poema, pudesse invadir as ruas, as casas, e penetrar nos coraçoes endurecidos...e que as "peles" e suas cores nao segregassem sentimentos..."


sabe, acho que sou otimista, porque acredito, não só acho, que a poesia pode trazer essa liberdade sim...
essa nova percepção...
e a percepção traz a liberdade!

há um movimento muito forte da poesia agora...
há as idéias... haverá a liberdade!

beijos, lualves


© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

é fácil....eu leio sempre um poema das duas maneira.

Lê assim:

o tempo voa
dizem que noite adentro
porque mesmo com meus dias lentos
vem me aprender logo
e antes que amanheça
e antes que desapareça
(a pele é uma fronteira que não separa línguas)
passa pelo reconhecimento do corpo
e compreender a língua
e talvez você compreenda a minha língua
em mim e nos seus mistérios
e se atirar de cabeça
e você bem que podia me sacar de vez
mas tenho esses dias lentos e esses dialetos
sei que não tenho lógica
quem sabe
ou desapareça logo
porque pode ser que eu aconteça
caio de vez e com vontade
e nunca fui dada a tropeços:
e grita o sim
sou do tipo que diz não
(cut the red line)
-estou sempre por um fio
Há minas de ouro ou de bombas
E nas desfronteiras de mim
Tenho muitos dialetos e dias lentos

PS:-agora entoa baixinho e vê se nao fica sonante...

beij

Adrianna Coelho disse...

ficar, fica...
a idéia permanece, mas umas coisas deveriam ser mexidas... rsrs

interessante saber de alguém que lê assim...
uma vez eu fiz um poema que efetivamente poderia ser lido de trás para frente... perdi... rs
um dia tentarei de novo.

beijos, piedade


Anônimo disse...

ESPECTACULAR. a pele é uma fronteira sem línguas e o tempo avoa por dentro da noite. Acho este simplesmente espectacular.

paloman@gmail.com disse...

que poema!
me identifiquei nele.
dias lentos, dialetos...
grata ;-)

Aroeira disse...

nossa! sen sa cio nal!

nas desfronteiras de mim... a pele é uma fronteira que não separa línguas...

sensitivo, uma questão de palpabiliodade, como dizia peréio.

bravo!

p.s. não entendi aquela questão de sampa...

Adrianna Coelho disse...


oi, paloma!

descobri hoje que vc tbm está no multi... legal!

viu que eu sou mesmo lenta, né? ahaha

beijão

Adrianna Coelho disse...


questão de palpabilidade... ahahaha

é por aí mesmo, aroeira... rs

p.s. entendeu a questão de sp?

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